quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Não adianta uma ilha de prosperidade num mar de dificuldades, diz Brito sobre VLT

O ex-diretor de infraestrutura da extinta Agecopa Carlos Brito afirma que não conhece o projeto de criação da Secretaria da Copa (Secopa), por isso não há como tecer opinião sobre o tema. Contudo, ele lamenta a iniciativa do governador Silva Barbosa (PMDB) em criar a nova secretária, mas admite que a situação dentro da agência estava preocupante. “O ideal é que isso não tivesse acontecido, mas sei que houve motivos”. 



Ex-diretor da extinta Agecopa Carlos Brito
Brito ainda afirma que nunca se posicionou contra o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), mas que não conheceu o projeto. Ele relembra que sempre trabalharam com a perspectiva do Bus Rapid Transit (BRT) e que após todos os estudos concluídos o governador Silval Barbosa (PMDB) decidiu mudar de ideia. “Mudaram tudo. Decidiram pelo VLT, mas não querem informar as mudanças que ocorrerão. Quanto será a tarifa? Haverá integração? Não adianta ter uma ilha de prosperidade num mar de dificuldades", frisa Carlos Brito.

O ex-diretor dispara e afirma que não entende os motivos que fizeram o novo secretário Eder Moraes não permitir que a sociedade tenha acesso as informações do modal. “Se os projetos do VLT estavam mesmo elaborados, precisavam expor isso à sociedade. Quanto custa essa implantação? Porque não consorciar uma informação que é pública?”, indaga Brito.
Perseguição
Questionado se vem se sentindo perseguido por Eder, Brito afirma que infelizmente criou-se uma questão pessoal em torno de um tema social. Ele diz que não teve intenção de criar embate com o presidente, mas que precisava de informações e por isso desencadeou a problemática na Agecopa. “As informações são públicas. Não vejo razão para se falar com cassação de mandato de um diretor apenas por ter pedido transparência e por ter se manifestado numa audiência pública dentro da Casa do Povo”, lamenta Brito.
O ex-diretor não perde a oportunidade e alfineta Eder Moraes. Indagado sobre a atual situação com o governo, Brito afirma que está bem consigo mesmo e que não se arrepende de nada. “Fui leal ao governador. Lealdade se mostra a distância, porque só na frente das pessoas tem outro nome”, declara Brito.
Relembre o caso
A crise na agência se deu após Carlos Brito ter dito numa audiência pública que não conhecia os estudos de viabilidade do novo modal de transportes escolhido, o VLT. Na oportunidade, ele ainda disse que a população pagaria milhões durante anos pela implantação de um modelo inviável para a Baixada Cuiabana.
No entanto, o presidente da agência Eder Moraes estava presente e não fez questão de esconder a insatisfação quanto às declarações do colega. Iniciou-se então uma verdadeira “guerra” na Agecopa. Eder procurou Silval e exigiu que Brito fosse exonerado, se apoiando na Portaria 14/2011, que proibia os diretores de opinarem publicamente sobre qualquer tema da autarquia.
Brito descumpriu a determinação da presidência e perdeu o cargo por conta disso. No entanto, o governador decidiu radicalizar e extinguiu a Agecopa, criando a Secopa, uma secretaria que já tem Eder nomeado como novo secretário. Apenas três diretores devem ingressar na nova pasta. São eles: Agripino Bonilha Filho, Yenes Magalhães e Jeferson Castro que ocupavam respectivamente, as diretorias de Articulações Interinstitucionais, Planejamento e Orçamento e Finanças.
Ana Adélia Jácomo

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