segunda-feira, 24 de outubro de 2011

JN no Ar denuncia descaso com a Saúde em Cuiabá e VG


Os problemas no setor da Saúde matogrosense estão tão graves que repercutiram nacionalmente. Uma equipe da rede de televisão Globo veio à Cuiabá nesta sexta (21) para ver de perto o caos. 



Ocorre que os pronto socorros da Capital e de Várzea Grande trabalham acima de suas capacidades, sem investimentos, os hospitais estão superlotados e com os equipamentos sucateados.

Para agravar a situação uma forte chuva fez com que parte do teto de gesso do hospital de Cuiabá desabasse, suspendendo os atendimentos de urgência e emergência.



Com isso, o único Pronto Socorro que permaneceu atendendo a demanda de mais de 1 milhão de habitantes foi o de Várzea Grande, já conhecido por suas deficiências. Além dele, as policlínicas, postos de Saúde e o Hospital Metroplitano, que trata pacientes com traumas, caso não sejam de urgência e emergência.



Como uma bomba-relógio, já era previsto o lapso nos atendimentos. Pessoas espalhadas pelos corredores, enfermarias superlotadas, falta de médicos, equipamentos, remédios e infraestrutura fizeram com que o juiz Jone Gatass, da 2ª Vara Especializada de Fazenda Pública de Várzea Grande, determinasse que os pacientes não fossem mais encaminhados ao local.



A medida causou um verdadeiro pânico. Contudo, o secretário de Saúde Pedro Henry e o governador do Estado Silval Barbosa (PMDB) teriam exigido do secretário de Saúde municipal Lamartine Godoy a reabertura do Pronto Socorro de Cuiabá. O prazo é que até a noite desta sexta (21) as atividades voltem ao normal, após uma semana fechado.



No entanto, as obras no telhado do hospital deverão ser finalizadas apenas em 30 dias. Uma equipe do JN no Ar, quadro itinerante do Jornal Nacional, esteve nos hospitais e denunciaram o descaso com a Saúde Pública de Mato Grosso. Fizeram uma visita surpresa no pronto socorro de Várzea Grande por volta da meia noite de sexta e constaram os pacientes deitados no chão, sem atendimento básico por falta de material esterelizado.



Para Pedro Henry a única alternativa seria transferir a gerências dos centros de saúde para uma Organização Social de Saúde (OSS), que se trata de uma parceria público-privada. Para ele, a visita do canal nacional de televisão é bom para o Estado, já que não se sente culpado pelas mazelas do setor. “Não sinto vergonha de ver a Globo aqui falando da Saúde. Quem sabe assim aceitam as OSS”, rebate o secretário.



O quadro caótico do Pronto Socorro de Várzea Grande sensibilizou até mesmo o repórter da TV Globo Paulo Roberto Soares. Ele disse dentre todos os Estados que visitou, Mato Grosso é o que tem a situação mais agravada. “Vocês estão vivendo um problema ainda pior, porque é no atendimento de emergência, que é diretamente ligado à vida”, disse o jornalista.

Ana Adélia Jácomo

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Advogado diz que Pieroni não pode ficar preso

Advogado Carlos Frederick
O advogado de defesa do delegado Márcio Pieroni, Carlos Frederick, impetrou um habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF), na 1ª região. A iniciativa visa conseguir a liberdade provisória de seu cliente. Ocorre que, desde 9 de maio Pieroni está preso. Ao que tudo indica, a Justiça aguarda o júri do empresário Josino Pereira Guimarães ser concluído para então decidir o destino do delegado, que aguarda julgamento encarcerado.

"O Dr. Márcio não é parte no processo do júri, a prisão nos moldes sustentados na sentença é uma afronta à Constituição Federal", disparou o advogado, que vem travando uma batalha incansável na defesa de Pieroni.

Frederick defende a tese de que manter o delegado preso ofende o princípio da razoabilidade e da presunção de inocência. Ele luta pela manutenção da prisão preventiva de Marcio Pieroni após a sentença. "Isso é de uma ilegalidade patente, essa prisão é uma violência contra as garantias constitucionais, buscarei até o último recurso que a verdadeira justiça seja feita, até o momento só vi injustiça", pondera o advogado.

Delegado Márcio Pieroni
A Justiça Federal condenou o delegado, o empresário, o irmão dele Clóves Guimarães, o agente penitenciário Gardel Tadeu de Lima e Abadia Paes Proença por terem supostamente tentado livrar Josino do julgamento pela morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, em setembro de 1999. No entanto, a defesa de Pieroni contesta e alega que o delegado apenas cumpriu um dever, que era de investigar as denuncias de que o juiz estaria vivo, e que em momento algum houve violação de sepultura, já que a Justiça determinou a exumação do corpo.
 
 
Ana Adélia Jácomo

Crise no MT Saúde derruba presidente; usuários querem novo modelo de gestão

Bruno Sá, ex-presidente do MT Saúde
Após todo desgaste envolvendo o Instituto de Assistência à Saúde do Servidor do Estado de Mato Grosso, o MT Saúde, o presidente do órgão Bruno Sá Freire de Martins decidiu pedir demissão do cargo nesta terça (18), no mesmo dia em que uma audiência pública estava programada na Assembleia Legislativa. Ocorre que o Instituto vem sendo alvo de inúmeras denuncias, como o desconto em folha de pagamento dos servidores sem o repasse devido aos profissionais que atendem pelo convênio e má gestão.

O ex-membro do conselho fiscal do MT Saúde Cledison Gonçalves, que também é presidente do sindicato dos investigadores da Polícia Civil (Siagespoc) alerta que a crise no Instituto já era prevista. Cledison revela que o MT Saúde não possui uma organização que possa defender os direitos dos usuários e garante que ele é um dos responsáveis pela classe.

“Fui o primeiro a convocar uma audiência com o ex-presidente (Bruno Sá). Há cerca de 40 dias nós, membros dos sindicatos, estivemos reunidos com o secretário-adjunto da SAD e ele nos disse que há um rombo de mais de R$ 10 milhões no órgão. Espero que o Silval aceite a mudança no modelo de gestão e investigue as denúncias”, frisa o presidente do Siagespoc, se referindo ao secretário-adjunto da Secretaria de Administração José de Jesus Nunes Cordeiro e ao governador do Estado Silval Barbosa (PMDB).

O fato é que o deputado Ademir Brunetto (PT) convocou a audiência para debater com os usuários a possibilidade de implantar um modelo compartilhado de gestão, onde o governo seria apenas um parceiro e os usuários do plano montariam uma comissão para gerir as despesas. A gerência seria dos sindicatos. Para isso, o petebista convidou palestrantes da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems). Segundo Cledison, a audiência não contou com a presença do ex-presidente Bruno Sá, no entanto, o resultado teria sido satisfatório. A ideia é encaminhar a proposta ao governador e aguardar a nomeação de um novo presidente para o Instituto.

As contas do MT Saúde finalmente estariam em dias e os hospitais conveniados estariam atendendo os usuários normalmente, após mais de 30 dias com as atividades paralisadas. Esta marcada para esta quarta (19), às 15hs na sede do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público) um fórum sindical, que debaterá o possível novo gerenciamento do órgão.


Relembre o caso

Usuários do plano na sede do MT Saúde
Mesmo não tendo o pedido de demissão publicado em Diário Oficial, é dada como certo o afastamento do presidente do MT Saúde Bruno Sá. Sem entrar em detalhes, ele protocolou seu desligamento alegando motivos pessoais. No entanto, ao que tudo indica a crise no Instituto não deve cessar com sua saída. Rumores de que o plano seria extinto agitaram os ânimos dos servidores públicos que utilizam o plano. Os sindicatos se mobilizaram e exigiram do Estado explicações e prestações de contas, já que mesmo com o plano suspenso o desconto em folha de pagamento continuou ocorrendo. Ainda esta semana o governador deve decidir se aceitará o novo modelo de gestão ou apenas nomeará um novo presidente. O plano possui 55 mil usuários, sendo 17 mil titulares. O MT Saúde arrecada, mensalmente, junto aos servidores, R$ 6,5 milhões e o Estado repassa, como contrapartida, R$ 3,5 milhões.

Ana Adélia Jácomo

sábado, 1 de outubro de 2011

MP considera greve feita pela Polícia Civil como legal

Caso a Justiça acate o parecer, multas e cortes de pontos serão suspensos

Após todo desgaste entre o Governo do Estado e a Polícia Civil, um parecer do Ministério Público garante que a greve protagonizada pela categoria, durante 66 dias, foi legal. O advogado do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil (Siagespoc) Carlos Frederick revelou que, caso o parecer seja acatado pela Justiça, as multas e o corte de pontos que o governador Silval Barbosa (PMDB) aplicou à classe poderão ser suspensos.

"Com esse parecer ganhamos muita força para o julgamento de mérito da ação. É meio caminho andado para a vitória", ponderou o advogado. O MP especificou apenas uma ressalva. A polícia deveria ter mantido um efetivo de 50% em atividade, no entanto, apenas 30% permaneceram atendendo no período da greve, com o ápice em 2 de setembro, com 100% de paralização.

O governador ameaçou cortar o ponto dos policiais e ainda retirar todas as armas e viaturas, caso não retornassem ao trabalho. Após muita negociação, o Siagespoc decidiu voltar às atividades em 05 de setembro, já que alcançaram uma tabela salarial satisfatória, com quase R$ 3 mil de salário inicial e cerca de R$ 11 em final de carreira.

O embate agora é judicial, já que o governo não abre mão das multas, que totalizam cerca de R$ 540 mil e ainda mantém o corte de ponto da categoria. No entanto, Frederick acredita no sucesso, já que o fato do MP considerar legal a greve pode suprimir a iniciativa de Silval. "O Ministério Público é um fiscal da lei. Não podem cortar o ponto dos policiais que estavam em greve, lutando por melhorias. Eu entrei com esse argumento e o MP concordou comigo. Tenho certeza que teremos vitória", garante o advogado.

Ana Adélia Jácomo

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Secopa terá muito trabalho pela frente, Eder terá que "arregaçar as mangas"

Eder Moraes, secretário da nova secretária, Secopa
Após o turbilhão de problemas envolvendo a extinta Agência Executora das Obras da Copa de 2014 (Agecopa),o governador do Estado Silval Barbosa (PMDB) tomou a decisão de criar a Secretaria da Copa (Secopa). A novai deia é criar essa secretaria e manter apenas três secretários adjuntos. No entanto, parece que o ex-diretor de Comunicação Roberto França não teria aceitado a mudança e, ao que tudo indica, estaria fora das novas articulações.

Eder Moraes, novo secretário da Secopa, aproveitou a oportunidade e mandou um recado aos demais diretores, inclusive para o mais recente desafeto, ex-diretor de Infraestrutura Carlos Brito. Questionado se a vinculação dos projetos da Copa ao governador diminuirá o seu poder de decisão, Eder enfatiza que não. “A minha linha de trabalho não muda, pelo contrário, aumentou ainda mais a nossa autonomia frente à pasta”, afirma.

Silval exonerou Brito. Roberto França não está disposto a ser remanejado, Adilton Sachetti já deixou a presidência da autarquia por desentendimentos entre os diretores e Eder Moraes parece reinar absoluto na pasta. Já foram investidos milhões em publicidade, slogan, site, painel da Agecopa e tudo mais.

Todo imbróglio pode atrasar ainda mais as obras da Copa e colocar Mato Grosso em posição desfavorável quanto a rota do Ecoturismo. A nova secretaria deverá ter muito trabalho pela frente, já que as obras de desbloqueio nem começaram e a implantação do novo modal de transportes, VLT, só foi escolhido rescentemente, quase um ano após o anúncio da reestruturação da cidade. Mais que autoridade e eloquência Eder deverá mostrar trabalho, muito trabalho.

Ana Adélia Jácomo

Não adianta uma ilha de prosperidade num mar de dificuldades, diz Brito sobre VLT

O ex-diretor de infraestrutura da extinta Agecopa Carlos Brito afirma que não conhece o projeto de criação da Secretaria da Copa (Secopa), por isso não há como tecer opinião sobre o tema. Contudo, ele lamenta a iniciativa do governador Silva Barbosa (PMDB) em criar a nova secretária, mas admite que a situação dentro da agência estava preocupante. “O ideal é que isso não tivesse acontecido, mas sei que houve motivos”. 



Ex-diretor da extinta Agecopa Carlos Brito
Brito ainda afirma que nunca se posicionou contra o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), mas que não conheceu o projeto. Ele relembra que sempre trabalharam com a perspectiva do Bus Rapid Transit (BRT) e que após todos os estudos concluídos o governador Silval Barbosa (PMDB) decidiu mudar de ideia. “Mudaram tudo. Decidiram pelo VLT, mas não querem informar as mudanças que ocorrerão. Quanto será a tarifa? Haverá integração? Não adianta ter uma ilha de prosperidade num mar de dificuldades", frisa Carlos Brito.

O ex-diretor dispara e afirma que não entende os motivos que fizeram o novo secretário Eder Moraes não permitir que a sociedade tenha acesso as informações do modal. “Se os projetos do VLT estavam mesmo elaborados, precisavam expor isso à sociedade. Quanto custa essa implantação? Porque não consorciar uma informação que é pública?”, indaga Brito.
Perseguição
Questionado se vem se sentindo perseguido por Eder, Brito afirma que infelizmente criou-se uma questão pessoal em torno de um tema social. Ele diz que não teve intenção de criar embate com o presidente, mas que precisava de informações e por isso desencadeou a problemática na Agecopa. “As informações são públicas. Não vejo razão para se falar com cassação de mandato de um diretor apenas por ter pedido transparência e por ter se manifestado numa audiência pública dentro da Casa do Povo”, lamenta Brito.
O ex-diretor não perde a oportunidade e alfineta Eder Moraes. Indagado sobre a atual situação com o governo, Brito afirma que está bem consigo mesmo e que não se arrepende de nada. “Fui leal ao governador. Lealdade se mostra a distância, porque só na frente das pessoas tem outro nome”, declara Brito.
Relembre o caso
A crise na agência se deu após Carlos Brito ter dito numa audiência pública que não conhecia os estudos de viabilidade do novo modal de transportes escolhido, o VLT. Na oportunidade, ele ainda disse que a população pagaria milhões durante anos pela implantação de um modelo inviável para a Baixada Cuiabana.
No entanto, o presidente da agência Eder Moraes estava presente e não fez questão de esconder a insatisfação quanto às declarações do colega. Iniciou-se então uma verdadeira “guerra” na Agecopa. Eder procurou Silval e exigiu que Brito fosse exonerado, se apoiando na Portaria 14/2011, que proibia os diretores de opinarem publicamente sobre qualquer tema da autarquia.
Brito descumpriu a determinação da presidência e perdeu o cargo por conta disso. No entanto, o governador decidiu radicalizar e extinguiu a Agecopa, criando a Secopa, uma secretaria que já tem Eder nomeado como novo secretário. Apenas três diretores devem ingressar na nova pasta. São eles: Agripino Bonilha Filho, Yenes Magalhães e Jeferson Castro que ocupavam respectivamente, as diretorias de Articulações Interinstitucionais, Planejamento e Orçamento e Finanças.
Ana Adélia Jácomo

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Maggi desmente boatos e diz que fica no PR

Senador Blairo Maggi
A notícia de que o ex-governador do Estado e senador Blairo Maggi (PR) se filiaria ao PSD causou um verdadeiro alvoroço nas redações. Contudo, nesta sexta (16), ele foi categórico e afirmou que não pretende deixar a agremiação. “O Riva me convidou, mas não vou sair do PR para me filiar em um novo partido”, garante o rei da soja.

Seria improvável mesmo que ele, um fundador do PR, saísse da legenda onde é considerado um rei, para estar abaixo no presidente da Assembleia Legislativa e deputado estadual José Riva (ainda PP). Caso fosse para o PSD, ele seria apenas um príncipe e teria que se subordinar as articulações do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que criou o partido, e de Riva, maior articulador no Estado.
O fato do Partido da República ter sofrido um escândalo no Dnit, que culminaram com a saída do ex-ministro Alfredo Nascimento e o ex-presidente do Dnit, Luiz Antônio Pagot, que é afilhado político de Maggi, fortalece mais ainda o sentimento de proteção do senador.
Ele classificou como injusta a ausência de uma oportunidade para que os republicanos, acusados de suposto superfaturamento e desvio de verba em obras rodoviárias, se explicassem. Convicto da inocência de seu afilhado político, Maggi tem encabeçado um movimento que visa dar mais celeridade às investigações. O senador chega a defender que o PR assine a CPI proposta no Senado.
Ana Adélia Jácomo
Estação Política